Uma máscara pode roubar nosso sorriso?

07/06/2020

Por: Christian Hoffmann
Capelão do Colégio San Pablo em Montevidéu – Uruguai.

A Pandemia do COVID-19 causou mudanças e criou hábitos aos quais não estávamos acostumados. Estar muito tempo em casa, ter aulas virtuais, maiores cuidados com higiene. No entanto, para a realidade Latinoamericana, algo que é muito diferente é a utilização de máscaras.

Antes, elas eram utilizadas somente por médicos ou dentistas. Recentemente, com a falta delas no mercado, muitos começaram a fazer suas próprias máscaras caseiras, e máscaras de pano, agora, são vendidas por toda a parte, com estampas variadas, logotipos de empresas e até com sorrisos gigantes.

Na Ásia, o costume de utilizar máscaras começou muito tempo antes da Pandemia. No Japão, no início do século 20, quando uma pandemia de gripe matou milhões de pessoas, utilizar máscaras virou um hábito. As pessoas também as utilizam para se proteger da fumaça da poluição, ou em grandes tragédias. Em lugares como Japão e Coreia, o bem-estar comum prevalece, e utilizar máscaras é mais do que evitar contagiar-se; é um cuidado para não contagiar os outros.

Também há os que assumem que a máscara facilita até por não precisarem se produzir tanto para simplesmente ir às compras num domingo. Nos países asiáticos, as máscaras são como os óculos de sol, pois dão um pouco de privacidade a quem as usa. Por isso são tão populares: utilizar máscaras e fones de ouvido é uma forma de isolar-se, e dessa forma os jovens não precisam ficar se comunicando com outras pessoas. É um isolamento social voluntário. Milhares de fãs das novelas coreanas e grupos de K-Pop – que já são uma febre entre os jovens, utilizam com orgulho as suas máscaras como um sinal de pertencimento.

Depois de tanta história e hábitos novos que precisamos assimilar, aparecem as perguntas: Já não podemos nos abraçar, e agora nem podemos mais sorrir? Como sabemos o que está por trás de uma máscara?

Bem, um sorriso não se faz só com a boca. Especialistas dizem que, quando sorrimos, movimentamos 12 músculos do rosto. Jó, um personagem da Bíblia que soube experimentar todo o tipo de sofrimento e deixou sua vida nas mãos de Deus, escreveu que: Todos as esperavam ansiosos, como se espera a chuva no tempo de calor. Eu sorria para aqueles que tinham perdido a esperança; o meu rosto alegre lhes dava coragem. (Jó 29.23-24).

Em tempos de máscaras, podemos sorrir de outra maneira: um olhar atento e otimista, movimentar todos os músculos do nosso rosto ao sorrir, gestos e ações acompanhados de boas palavras, tudo isso transmite um sorriso. Um sorriso que não se vê, mas que podemos sentir.

Venha sorrir e vivenciar com a gente!

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