O home-office e a maternidade – Como conciliar?

17/06/2020

Por: Mariana Jaunsolo – Montevidéu, Uruguai.

Organização nunca foi o meu forte, mas com uma rotina de cronogramas estabelecida pelas diferentes obrigações, eu era capaz de cumprir tudo, muitas vezes ao custo de uma noite mal dormida devido à ansiedade de “ticar” todos os itens da minha lista de tarefas. Com a chegada do coronavírus e a necessidade de manter o isolamento, essa rotina mudou drasticamente.

Aparentemente, não seria mais necessário cronometrar cada atividade para poder chegar à escola a tempo e a jornada de trabalho poderia ser bastante relaxada. Toda essa situação de crise mundial, apesar de gerar muita incerteza e medo, parecia apresentar uma oportunidade para desacelerar a vida e se conectar com as coisas que sempre desejamos fazer quando temos tempo. Isso seria realmente possível?

Como certamente aconteceu com muitos pais e mães nesse período de quarentena, tive que enfrentar situações e assumir papéis que, antes, eu delegava. Por exemplo, ser professora de uma menina de 4 anos de idade; uma tarefa que não é fácil.

Não apenas continuei sobrecarregada com o home-office, mas agora, além de minhas responsabilidades, tarefas escolares e aulas virtuais foram adicionadas. Devo admitir que lutei muito contra essa situação. Minha frase recorrente era “não fui treinada para isso” e fiquei muito angustiada ao pensar que minha filha seria a única com as lições incompletas. E eu deixaria de ser “a mãe perfeita”.

Também era difícil para minha filha entender que, mesmo estando juntas em casa o dia inteiro, eu tinha minhas responsabilidades e não podia dedicar toda a atenção a ela. A necessidade de gerenciar sua frustração – e a minha – me levou, em um determinado momento, a refletir sobre como eu queria passar por esse período específico.

Se essa situação não vai durar para sempre, por que não voltar à ideia original de desacelerar a vida? O que eu poderia perder? Nunca esteve em meus planos deixar de lado as responsabilidades, mas comecei a pensar que era necessário priorizar o que é importante, para não ficar desesperada na tentativa de fazer tudo.

Alguns dias atrás, estávamos refletindo com uma amiga o seguinte verso da Bíblia:

“Só eu conheço os planos que tenho para vocês: prosperidade e não desgraça e um futuro cheio de esperança. Sou eu, o Senhor, quem está falando” (Jeremias 29.11).

Quanto alívio podemos sentir ao saber que, apesar do que experimentamos como dificuldades, já existe alguém que fez os planos para nós e temos em quem descansar nossas preocupações, medos e aflições. Por que ficar ansioso com as coisas deste mundo se alguém já planejou um futuro promissor. Mas, como posso colaborar para esse futuro?

Pouco a pouco entraremos na tão falada “nova normalidade”. É possível que minha filha fique um dia sem fazer a lição de casa, ou terei que redobrar meu esforço para recuperar o atraso das responsabilidades. Mas, nós duas lembraremos disso como uma época em que, apesar das dificuldades, finalmente passamos com alegria e muitos sorrisos compartilhados.

Finalmente, é bom sempre ter a certeza de que, em Deus, temos um lugar seguro onde depositar nossos medos, preocupações, ansiedades e toda a nossa carga que, às vezes, pode parecer pesada demais. Se tudo isso está te deixando ansioso, venha vivenciar com a gente e conhecer nossa página sobre Ansiedade.

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