Por Gerson Dieter Prates, Teólogo e Mestre em Educação
Não existe somente um tipo de jovem. As pessoas crescem e vivem em locais e em condições diferentes. Além disso, há questões de época. Por exemplo, houve um tempo em que jovens eram basicamente tratados como seres inacabados, que se tornariam plenos somente na fase adulta, quando alcançassem a independência financeira e assumissem responsabilidades familiares e sociais.
Assim, esse sujeito jovem era quase que invisível e classificado, de forma precipitada, como rebelde e imaturo. E hoje?
Os jovens contemporâneos passaram a ocupar um dos espaços de maior destaque em nosso mundo globalizado e de tecnologias ligadas à internet. São eles que transitam cada vez mais, e com muita habilidade, no território virtual e remoto que chamamos de ciberespaço. E, neste espaço, circulam atualmente os principais pensamentos e valores experimentados e compartilhados mundialmente.
Também podemos dizer que o mundo migrou de um ambiente “das paredes” (lojas físicas, escolas físicas, igrejas físicas…) para o ambiente “das redes” (comércio virtual, educação à distância, igreja virtual e metaverso).
Mas, se por um lado eles se tornaram visíveis e socialmente importantes, por outro, isso não significa que nossos jovens não precisem ser ouvidos em suas necessidades atuais.
Acho importante percebermos que há diferentes jovens em diferentes contextos. De que jovem estamos falando? Aquele que reside num bairro de classe média de uma metrópole vive em condições diferentes daquele que vive na periferia. Um jovem que tem boa saúde vive experiências diferentes daquele que necessita constantemente de assistência médica.
Quem tem acesso à educação de qualidade tem oportunidades diferentes daquele que precisa largar os estudos para ajudar no sustento da família. O que recebe uma boa orientação religiosa tem valores diferentes daquele que cresceu no meio antirreligioso, ou sem esse tipo de orientação. Assim, os dilemas se ampliam porque os jovens se desenvolvem de formas culturalmente desiguais e em espaços diferentes.
Se você é alguém sinceramente preocupado e disposto a agir em favor das necessidades de nossos jovens e dar voz a eles, com certeza, Deus lhe abençoará com sabedoria e condições para isso. Inclusive, a Bíblia alerta para que os adultos saibam se portar adequadamente ao lidar com a juventude, quando orienta: “…não irritem os seus filhos, para que não fiquem desanimados” (Colossenses 3.21).
Ou seja, tenham empatia com as necessidades da juventude para compreendê-la a partir das suas condições diversas e atuais. E, assim, agir de forma adequada.
Já para os jovens que estão em evidência na contemporaneidade, fica a orientação imutável da Palavra de Deus, que diz: “Jovem, aproveite a sua mocidade e seja feliz enquanto é moço. Faça tudo o que quiser e siga os desejos do seu coração. Mas, lembre de uma coisa: Deus o julgará por tudo que fizer. Não deixe que nada o preocupe ou faça sofrer, pois a mocidade dura pouco” (Eclesiastes 11.9-10).
Em outras palavras, você que é jovem, não deixe de viver intensamente a força da juventude e, ao mesmo tempo, use-a o máximo que puder para glorificar a Deus e levar mais pessoas para Jesus. Não gaste o seu tempo e a força da sua idade com futilidades.
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