Amamentar é…

17/08/2021

Por Michelle Hillig Schmidt – enfermeira em São Paulo, SP.

No Brasil, o mês de agosto é conhecido como “Agosto Dourado”, um mês para o incentivo à amamentação. Neste breve relato, gostaria de compartilhar minha vivência com meu bebê de um mês de vida. Talvez você tenha percebido que nosso título está incompleto. Justamente porque, após ouvir diversas histórias de outras mulheres, acredito que esse assunto é complexo.

Amamentar é um ato de vínculo único entre mãe e bebê. Essa é uma frase muito comum de se ouvir. Mas, como pensar nisso quando a mãe está cansada após o parto ou passou por várias noites em claro, ou pela mudança hormonal drástica ou pelas mudanças do corpo que podem gerar feridas que doem ou machucam? 

A dinâmica, agora, é totalmente diferente do que acontecia na gestação; depois do nascimento há um bebê que necessita de dedicação e atenção. Uma criança que está em adaptação, aprendendo a respirar e a se alimentar, vivenciando exposição à luz, temperatura, insegurança e ao ambiente. Também podem surgir pressões da família ou da própria mulher consigo mesma pelo novo papel que precisa assumir. Muitas vezes isto gera agonia, frustração, depressão e ansiedade. Por vezes, muitas mulheres gostariam de amamentar, mas não podem por alguma doença ou por não terem condições. E aquelas que perderam seu bebê, mas ainda produzem leite? Muitos pontos para pensarmos, não é mesmo? Acho importante entender que “está tudo bem” se você consegue amamentar, e “está tudo bem” se você não consegue. O importante é a mãe e o bebê estarem saudáveis e vivendo em harmonia.

Eu tive dificuldades na primeira semana do meu filho. Ele estava perdendo peso, nem eu e nem ele sabíamos o que estava dando errado. Ele chorava de fome diversas vezes ao dia; foi desafiador e chorei. Chorei por achar que não ia conseguir, e por pouco não desisti. Entretanto, desejava este momento e tinha a convicção de que o leite materno seria a melhor opção para o meu bebê, pois é o alimento mais completo e natural. Isto demonstra que necessitamos de apoio nestes momentos, pois temos limitações. O melhor apoio que podemos ter é o amor de Deus, pois ele tem total comprometimento e dedicação conosco. Ele não abre mão de nós e é insistente em mostrar que está ao nosso lado. Ele entende nossas dificuldades e aflições. Deus nos ama com todo o carinho, como de uma mãe por seu bebê, independente da situação.

Outro ponto que admiro é o funcionamento do corpo humano. Após o nascimento, a mãe produz leite por uma série de hormônios, glândulas e estímulos, transferindo anticorpos, o que faz o bebê se saciar e crescer. Você já parou para pensar como é perfeita a criação de Deus? Fomos criados à sua imagem e semelhança. Deus pensou em cada detalhe. Ter esse momento único entre mim e o meu bebê é maravilhoso e cheio de carinho e amor. Representa, para mim, um pedaço do céu na terra que Deus favorece. A dicotomia entre amor e sacrifício, reflete também o que Jesus fez por nossa salvação através de sua morte de cruz.

Durante meu período de dificuldade, tive muito apoio do meu marido, da família e dos amigos que me tranquilizavam. Essa rede de apoio é fundamental para a mulher, especialmente pela pessoa mais próxima da mulher. Saber que alguém está ao seu lado e está presente é fundamental. As palavras positivas e o auxílio nas atividades da casa e com o bebê, permitindo que a mãe descanse, favorecem a amamentação. Se você está passando por dificuldades, peça ajuda e fale sobre o que você precisa.

Agora, após vivenciar e ouvir experiências, acredito que amamentar é um ato que necessita ser refletido, ressignificado e alinhado às expectativas da mulher, do seu parceiro e do que se deseja para o bebê. Então, sobre o título, você pode completar com o que fizer mais sentido, ok?

Conheça nosso conteúdo sobre “Criando os filhos com amor”

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